Há cerca de dois meses, num edital da CMB, vi este ponto da ordem de trabalhos da reunião de 16 de setembro, que tive oportunidade de comentar aqui :
https://www.facebook.com/josefilipe.murteira/posts/923255481083255?pnref=story
Este meu comentário vinha, de resto, na sequência desta publicação :
http://notasaesquerda.blogspot.pt/…/opcoes-discutiveis-cont… .
Há alguns dias, li a ata da reunião da CMB, que aprovou a proposta a que me referia :http://www.cm-beja.pt/…/Cam…/2015/ata_n_19_cm_2015-09-16.pdf
Para facilitar, publiquei essa proposta aqui : http://notasaesquerda.blogspot.pt/…/projecao-internacional-… .
Da leitura desse texto, que conclusões tirar? A primeira é que, contrariamente à maioria das propostas que vão às reuniões de câmara, esta foi transcrita na íntegra, o que permite, desse modo, conhecer melhor o seu conteúdo e o que se aprovou.
Em segundo lugar, destaca-se o pouco cuidado posto na sua formulação, aliado a alguns aspetos repetitivos e outros, no mínimo, contraditórios. Em terceiro lugar, a conclusão que retiro e que deixo para o final deste comentário.
Do conteúdo propriamente dito, o que se pode concluir, então?
1. Que a proposta surgiu "no decurso da reunião que teve lugar no Gabinete do Sr. Presidente sobre as perspetivas de ordem estratégica para a cidade de Beja". Questão pouco relevante esta, mas será que a Vereadora do Pelouro da Cultura esteve presente? E essas "perspetivas" eram apenas para a cidade? E porque não para o concelho? Pisões, por exemplo, localiza-se na cidade?
2. Que se pretende afirmar Beja como "cidade criativa" (na sequência da "alma criativa?), "nas áreas do audiovisual e da multimédia e da gastronomia" (temas repetidos várias vezes na proposta).
3. Que se pretende valorizar o "património material e imaterial sob o slogan 'As cidades na cidade de Beja" (slogan muito imaginativo, tal como o "Beja Acontece".
4. Que se pretende promover a gastronomia "com o objetivo da inserção social" (???) , procurando projetar no exterior os bens e produtos do território, "com o estabelecimento de ligação à América Latina (em particular com o Perú e Brasil". Com o Perú (???).
5. Que "na esfera patrimonial" se pretende a "valorização do romano, do islâmico e da presença judaica no território". Dos Visigodos, nem uma palavra.
6. Que, a empresa a contratar tem em vista a "assessoria", a "consultoria" e a "Promoção de eventos" (???)
7. Que, das atividades a promover se pretende "identificar os ativos gastronómicos que sustentam a pretensão de Beja em se tornar Cidade Criativa" (o que é isto?); criar "um contexto propício para o início do processo de incubação de empresas inovadoras na área dos audiovisuais e multimédia que potenciem o (...) cluster das Indústrias Culturais e Criativas" (???); divulgar no exterior e estruturar em Beja atividades relacionadas com a "época islâmica e a presença judaica na cidade" (e a Pax Julia romana?).
8. Que a "equipa técnica do prestador de serviços" vai transferir know how "para os técnicos do município e para outros parceiros envolvidos" (???)
9. Que, para concretização desta proposta, se contratou (por ajuste direto e por um ano) a empresa Laranjo Medeiros, Unipessoal, pela quantia de 17500 euros. (esta empresa tem sede na Rua do Alecrim, na Nazaré e as suas áreas de intervenção são o "Arrendamento de bens imobiliários" e o "Alojamento mobilado para turistas").
10. Que as despesas de deslocação (ao Perú? ao Brasil?), "são consideradas à parte".
11. Que os serviços para elaboração de candidaturas a fundos comunitários "serão orçamentados autonomamente"
https://www.facebook.com/josefilipe.murteira/posts/923255481083255?pnref=story
Este meu comentário vinha, de resto, na sequência desta publicação :
http://notasaesquerda.blogspot.pt/…/opcoes-discutiveis-cont… .
Há alguns dias, li a ata da reunião da CMB, que aprovou a proposta a que me referia :http://www.cm-beja.pt/…/Cam…/2015/ata_n_19_cm_2015-09-16.pdf
Para facilitar, publiquei essa proposta aqui : http://notasaesquerda.blogspot.pt/…/projecao-internacional-… .
Da leitura desse texto, que conclusões tirar? A primeira é que, contrariamente à maioria das propostas que vão às reuniões de câmara, esta foi transcrita na íntegra, o que permite, desse modo, conhecer melhor o seu conteúdo e o que se aprovou.
Em segundo lugar, destaca-se o pouco cuidado posto na sua formulação, aliado a alguns aspetos repetitivos e outros, no mínimo, contraditórios. Em terceiro lugar, a conclusão que retiro e que deixo para o final deste comentário.
Do conteúdo propriamente dito, o que se pode concluir, então?
1. Que a proposta surgiu "no decurso da reunião que teve lugar no Gabinete do Sr. Presidente sobre as perspetivas de ordem estratégica para a cidade de Beja". Questão pouco relevante esta, mas será que a Vereadora do Pelouro da Cultura esteve presente? E essas "perspetivas" eram apenas para a cidade? E porque não para o concelho? Pisões, por exemplo, localiza-se na cidade?
2. Que se pretende afirmar Beja como "cidade criativa" (na sequência da "alma criativa?), "nas áreas do audiovisual e da multimédia e da gastronomia" (temas repetidos várias vezes na proposta).
3. Que se pretende valorizar o "património material e imaterial sob o slogan 'As cidades na cidade de Beja" (slogan muito imaginativo, tal como o "Beja Acontece".
4. Que se pretende promover a gastronomia "com o objetivo da inserção social" (???) , procurando projetar no exterior os bens e produtos do território, "com o estabelecimento de ligação à América Latina (em particular com o Perú e Brasil". Com o Perú (???).
5. Que "na esfera patrimonial" se pretende a "valorização do romano, do islâmico e da presença judaica no território". Dos Visigodos, nem uma palavra.
6. Que, a empresa a contratar tem em vista a "assessoria", a "consultoria" e a "Promoção de eventos" (???)
7. Que, das atividades a promover se pretende "identificar os ativos gastronómicos que sustentam a pretensão de Beja em se tornar Cidade Criativa" (o que é isto?); criar "um contexto propício para o início do processo de incubação de empresas inovadoras na área dos audiovisuais e multimédia que potenciem o (...) cluster das Indústrias Culturais e Criativas" (???); divulgar no exterior e estruturar em Beja atividades relacionadas com a "época islâmica e a presença judaica na cidade" (e a Pax Julia romana?).
8. Que a "equipa técnica do prestador de serviços" vai transferir know how "para os técnicos do município e para outros parceiros envolvidos" (???)
9. Que, para concretização desta proposta, se contratou (por ajuste direto e por um ano) a empresa Laranjo Medeiros, Unipessoal, pela quantia de 17500 euros. (esta empresa tem sede na Rua do Alecrim, na Nazaré e as suas áreas de intervenção são o "Arrendamento de bens imobiliários" e o "Alojamento mobilado para turistas").
10. Que as despesas de deslocação (ao Perú? ao Brasil?), "são consideradas à parte".
11. Que os serviços para elaboração de candidaturas a fundos comunitários "serão orçamentados autonomamente"
Para além da grande confusão programática que reina nesta proposta, a principal ilação que se pode tirar é da que, mais uma vez a autarquia recorre a empresas externas para realizar o que os seus técnicos e serviços ( em parceria com os agentes, as associações e as entidades locais) podiam fazer : a "organização e lançamento de dinâmicas socioculturais com vista à projeção internacional da Cidade de Beja" (o título da proposta) e a elaboração de candidaturas aos programas de apoio comunitário citados - INTERREG, SUDOE e MED.
Opções, no mínimo discutíveis e que vão onerar desnecessariamente o orçamento municipal, em detrimento de iniciativas bem necessárias (como uma programação com mais qualidade no Pax Julia, por exemplo).
Opções, no mínimo discutíveis e que vão onerar desnecessariamente o orçamento municipal, em detrimento de iniciativas bem necessárias (como uma programação com mais qualidade no Pax Julia, por exemplo).
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